segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como manter todos na escola?

Rodrigo Ratier
Imagine por um instante o momento mais agudo da aula mais difícil. Meia dúzia de alunos dorme nas ultimas fileiras. Um trio troca mensagens de celular. Dois meninos se estapeiam. Uma turma discute sobre futebol, nas primeiras carteiras, só um pequeno e compassivo grupo se esforça para prestar atenção naquilo que você aos berros, tenta dizer. Nessas horas, um pensamento emerge gostaria de ensinar apenas para os que querem aprender. Quem não esta afim que saia... Será melhor assim! Não será. O desafio de ser professor exige educar todos, sem exceção. O Brasil, por enquanto, esta perdendo esta batalha. É verdade que os índices de acesso á Educação avançaram nas últimas três décadas, mas os indicadores de permanência a taxa de abandono, que mostra os que não concluíram o ano letivo, e a de evasão, que aponta os que não se matricularam no ano seguinte – não caminharam no mesmo ritmo. Hoje cada de 100 estudantes que ingressam no ensino fundamental, apenas 36 concluem o ensino médio.
Responsabilizar o aluno pelo abandono é a saída mais fácil. Na verdade, ele é o menos culpado. Pesquisas indicam que existem dois conjuntos de fatores que interferem no abandono escolar. O primeiro deles é o chamado risco social. Fatores como a condição socioeconômica e o lugar de residência podem aumentar a pressão para a desistência: com a necessidade de complementar a renda familiar, muitos jovens são atraídos pelo trabalho precoce e largam os livros.
POR QUE O ALUNO SE SENTE DESMOTIVAD?
Segundo dados da Pesquisa Nacional os adolescentes que têm ocupação continuam indo às aulas. Entretanto, os estudos mostram que a própria escola colabora para agravar a evasão. Os altos índices de repetência exercem um papel fortíssimo - longe de sua faixa etária original, o aluno se sente desmotivado a seguir aprendendo.
ESCOLA NÃO SERVE PARA NADA?
A miopia para enxergar o problema atrapalha. Em geral, a interrupção dos estudos é o passo final de um processo que deixa sinais. O primeiro costuma ser o desinteresse em sala. Indisciplina e atos de violência também são comuns. Logo começam as faltas, cada vez mais freqüentes. Por fim, a ausência definitiva. Também são recorrentes, sobretudo entre os jovens, as queixas de que a escola "não serve para nada".
POR QUE IR Á ESCOLA?
Estudioso da relação entre os jovens e o saber, o pesquisador francês Bernard Charlot descobriu que a maioria só vê sentido em ir à escola para conseguir um diploma, poder ganhar dinheiro num emprego ou ter uma vida tranqüila no futuro. Como predomina a idéia de um aprendizado sem sentido, muitos se desestimulam e desistem. O desinteresse é a causa principal da saída definitiva para adolescentes entre 15 e 17 anos.
COMO REVERTER A EVASÃO?
Fica claro que a escola precisa olhar para si própria. Do ponto de vista da gestão, uma providência essencial é atacar as causas da evasão. O acompanhamento eficiente da freqüência - que também deve estar na pauta das reuniões pedagógicas - ajuda a mapear o problema e identificar os motivos das faltas. Dependendo da razão, é possível escolher a melhor forma de reverter o quadro: conversas com pais e alunos, visitas às famílias, aulas de reforço e campanhas internas e na comunidade.
SUSPENSÕES E EXPULSÕES SAO EFICAZES?
O tom deve ser de parceria e acolhimento, nunca de punição. Suspensões e expulsões podem ser rediscutidas. A idéia é simples: se a indisciplina é um dos caminhos que levam à evasão, não faz sentido punir o aluno impedindo que ele vá à escola. Em vez disso, é possível pensar em medidas que modifiquem a rotina do estudante, mas que o mantenham na instituição - estudar sozinho, com a obrigação de acompanhar o conteúdo, é uma alternativa.
POR QUE REPENSAR O CURRICULO?
Uma revisão curricular, sobretudo nas séries em que a evasão é maior, parece inevitável. O projeto pedagógico precisa garantir que a escola não seja vista como uma obrigação, mas como um espaço de formação para a vida. Isso inclui, de um lado, diálogo com o universo dos jovens (refletindo, por exemplo, sobre o papel das novas tecnologias). De outro, um esforço para mostrar como conteúdos importantes, mas sem tanta aplicação direta (como boa parte dos tópicos da Matemática), são fundamentais para fazer avançar a capacidade intelectual. A mesma preocupação tem de estar presente em iniciativas de Educação em tempo integral ou no contra turno, que para serem efetivas devem estar articuladas com o projeto pedagógico da escola.
COMO GARANTIR QUE OS ALUNOS ESTAO APRENDENDO?
É necessário também arrumar o "lado de fora" dos muros, atacando o risco social. Em termos de políticas públicas, atrelar benefícios sociais como a Bolsa Família à freqüência escolar funcionou. Reduzindo na população atendida de 4,4 para 2,8% o total de crianças e jovens entre 7 e 14 anos fora da escola. Ampliar a ação pode dar bons resultados. Mas é preciso também garantir que esses alunos aprendam. Nesse sentido, uma boa sugestão é adicionar critérios que possam indicar se o estudante de fato avançou, aproveitando o direito a uma Educação de qualidade - e para todos.
Postado por Karmem
http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/index.shtml

Elefante acorrentado

Você já observou o elefante no circo?
Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais.
Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto,
contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas
a uma pequena estaca cravada no solo.

A estaca é só um pequeno pedaço de madeira.
E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele,
capaz de derrubar uma árvore com sua própria força,
poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.

Que mistério!
Por que o elefante não foge?

Há alguns anos descobri que, por sorte minha,
alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta:
o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso:
naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar.
E, apesar de todo o esforço, não pôde sair.

A estaca era muito pesada para ele.
E o elefantinho tentava, tentava e nada.
Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino:
ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente,
esperando a hora de entrar no espetáculo.

Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode.
Para que ele consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra
algo fora do comum, como um incêndio por exemplo.
O medo do fogo faria com que o elefante
em desespero quebrasse a corrente e fugisse.

Isso muitas vezes acontece conosco!
Vivemos acreditando em um montão de coisas que não podemos ter,
que não podemos ser,
que não vamos conseguir,
simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes,
algo não deu certo ou ouvimos tantos nãos
que a corrente da estaca ficou gravada na nossa memória com tanta
força que perdemos a criatividade e aceitamos o
sempre foi assim.

Poderia dizer que o fogo para nós seria: a perda de um emprego,
doença de alguém próximo sem que tivéssemos dinheiro para fazer o tratamento, ou seja,
algo muito grave que nos fizesse sair da zona de conforto.

A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras,
colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes!

Não espere que o seu circo pegue fogo para começar a se movimentar.

Vá em frente!